16/07/2016

Primavera (A rúbia)

Foste embora, brisa morna. Brusca como vieste.
Esquentaste tardes frias, dia após dia após dia.
És cor, és amor, és amizade.
Foste bela bagunça que não pude evitar.
Me tomaste pela mão, me juraste ser fácil,
montar um tigre celta com presas de esmeralda.

Sei por que me maldisseste, à renúncia de meu voto.
Pois te havia dado colo e te havia dado abrigo,
e o que aconteceu comigo foi catarse, foi luxúria.
Quando planaste ao sul, creste bem em retornar,
mas não pude mais jogar e me afastei de teu calor.
Foste embora, brisa morna. Brusca como vieste.